Acontece em Lisboa
Procissão do Senhor dos Passos 2018

Os ponteiros aproximavam-se geometricamente da linha, o pequeno nas 14h e o maior na sua extensão em recta e já a azáfama, os risos e as conversas envolviam o Largo de São Roque sob o olhar protector de Padre António Vieira. No interior da igreja o andor com Cristo ferido e soçobrando ao peso da cruz esperava junto ao altar; no átrio exterior bandas, paramédicos, elementos das irmandades, crentes e curiosos aguardavam o inicio de uma das procissões mais importantes do período da Quaresma, a Procissão do Senhor dos Passos que desde 1587 percorre o centro da capital partindo de São Roque até a Graça numa extensão de aproximadamente 3 Km, excepção feita entre 1900 e 2013 cujo traçado devido a implantação da Republica, foi encurtado cingindo-se, nesse período, apenas a Graça.

Os ponteiros, esses continuavam implacáveis na sua marcha cadenciada alheios ao bulício que aumentava a medida que os minutos avançavam e quando o angulo que faziam atingiu os 90º o pendor inicial fez a sua aparição na porta principal, sinal inequívoco da abertura do cortejo pelo qual todos esperavam e que duraria mais de 3h. Tendo o preto e lilas como cores dominantes, nesta antiga manifestação de fé nunca nada é deixado ao acaso e o ritual tem um protocolo a cumprir, primeiro o Pendão seguido em ordem pela Bandeira Processional, pelas crianças vestidas de anjos, as irmãs da Irmandade sem atribuições, as lanternas, a Aia e o Mordomo da Nossa Senhora, as diversas Irmandades e Ordens convidadas, o Andor dos Senhor dos Passos, guardas da Policia do Exército e o Pálio com o Cardeal Patriarca.

Duas bandas uma a frente e outra no final marcavam os limites do séquito.

Sendo uma invocação espiritual do martírio de Jesus desde a sua condenação até a crucificação, tem nas estações da Via Sacra os momentos principais de paragem e reflexão.

A primeira ainda com o andor nas escadas de São Roque, “Jesus é condenado a morte e pregado na Cruz” seria a percursora das restantes e permitiria o descanso dos portadores dos andores bem como dos que carregavam o pesado pendor inicial. Acabada a reflexão foram dadas instruções para o cortejo avançar, iniciando-se então a marcha a partir da Rua da Misericórdia. Em frente, ao largo das igrejas do Loreto e da Encarnação nova paragem e reflexão “Jesus cai sobre o peso da Cruz”, alguns crentes ajoelhavam-se, persignavam-se e os turistas amontoavam-se.

Continuando depois pelas elegantes e movimentadas ruas Garrett e do Carmo onde devotos se misturavam com os transeuntes e alguns perplexos clientes das lojas que polvilham aquele trajecto depressa se alcançou o Rossio que aguardava com o trânsito cortado e fortes sons de sinos provenientes da igreja de São Domingos local da nova paragem, onde apareceu o andor da Mãe de Jesus. Ali a reflexão foi sobre ela “Jesus encontra sua mãe”. O cortejo prosseguiu com Maria a frente do seu Filho, em direcção ao Martim Moniz e Mouraria, local por excelência de misturas de credos e culturas numa absoluta ilustração da diversidade e tolerância da capital.

Na igreja da Senhora da Saúde, bem no centro do Martim Moniz, nova estação “Jesus consola as mulheres de Jerusalém”, aí os perplexos turistas do famoso 28 tentavam registar com as camaras o movimento e ritual que desconheciam enquanto o motorista impotente lia as ultimas mensagens do telemóvel, na procissão proferiam-se os ensinamentos da nova estação “Jesus consola as mulheres de Jerusalém”. Turistas sentados na esplanada, crentes, e curiosos criavam uma barreira humana difícil de transpor. O cortejo seguiu pela Calçada dos Cavaleiros e no Largo do Terreirinho nova paragem e nova estação “Verónica limpa o rosto de Jesus

A ingreme subida da Calçada de Santo André com os seus residentes paquistaneses, chineses, africanos, indianos e portugueses, alguns deles pendurados nas janelas provou ser uma tremenda prova de resistência a todos os que suportavam nos ombros o peso dos andores e do pendor. Neste percurso nova estação “Jesus é ajudado por Simão de Cirene a levar a Cruz

No Largo da Graça, mesmo em frente a Igreja do Convento uma multidão aguardava. Quando cortejo por fim alcançou o miradouro, o sol banhava todos com uma profética luz de ouro , os sinos tocavam a repique, “Jesus é crucificado, morto e sepultado”.

Simbolicamente Maria e Jesus espalhavam as suas bênçãos pela cidade que se espraiava a seus pés

Procissão do Senhor dos Passos
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