Acontece em Lisboa
As Ilhas do Ouro Branco

Shsh Shsh Vuii Slash, na tormenta vertiginosa e felina o que teria impulsionado os homens a abraçar uma tarefa superior as suas forças? Desejo de glória, certamente, o espírito de cruzada para impor visões religiosas, também, mas para a maioria o querer alcançar uma vida melhor.

Shsh Shsh Vuii Slash, a ambição pelas riquezas, a vontade de engrandecer um reino pequeno e fraco, o querer concretizar sonhos férreos de vencer o mar, e depois não se pode esquecer os João ninguéms que só tinham como alternativa abraçar o imenso azul embalados na esperança de uma existência mais promissora.

Shsh Shsh Vuii Slash, o receio dos monstros, do vazio, do fim do mundo e que estupefação deveriam ter sentido esses corajosos argonautas quando perceberam que afinal havia mundo para além do seu mundo.

Grande era a azáfama na Ribeira das Naus no longínquo seculo XV com estaleiros de construção naval, marinheiros, artesãos, carpinteiros, almocreves entre outros….; e o Tejo sulcado por caravelas que com cartas de marear e astrolábios se aventuravam em rotas invulgares. Nada de estranhar pois já no longínquo passado romano, Lisboa era um conhecido porto da costa atlântica sendo mesmo uma referência nas rotas das embarcações de grande porte.

E já lá vão 600 anos desde a descoberta do arquipélago da Madeira fruto de um temporal que desviou da costa africana João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz depois do descerco de Ceuta, surpreendidos que foram quando se dirigiam para novos locais de combates aos mouros. Após vários dias à deriva no mar avistaram uma pequena ilha que apelidaram de Porto Santo, um ano depois seria a vez de aportar na ilha da Madeira. Embora terra virgem cedo se percebeu serem férteis os seus solos que os primeiros colonizadores exploraram cultivando cereais e introduzindo mais tarde, por volta de 1433 e por decisão do infante D.Henrique,  o cultivo da cana do açúcar, proveniente da Ásia. Foi uma aposta que se revelou acertada pois o produto que chegava a Europa através da Sicília era raro e muito apreciado

Pela importância dada desde cedo ao ouro, talvez o primeiro metal usado pela humanidade, este elemento com o numero atómico 79 e símbolo químico Au alcançou o podium na representação figurativa do poder e riqueza material de quem o ostentava.

Sendo, na altura, o açúcar um recurso tão valioso, a associação à simbologia do ouro apelidando-o de ouro branco não foi de estranhar, e serviu de metáfora a exposição temporária que o Museu Nacional de Arte Antiga facultou a todos os que pretenderam inteirar-se mais detalhadamente nos meandros desta História de Descobertas.

Distribuída por 4 núcleos expositivos, (1)O açúcar no paraíso, (2)Organizando a terra virgem, (3)A arte que o açúcar comprou, (4) Um reino dentro do reino, a exposição contou a historia de um pão que obrigou a inovações em antigos processos de moagem, à criação de novos engenhos e à utilização de muita mão de obra, especialmente a escrava para quem o açúcar tinha sabor amargo.

Mas como todos os ciclos tem um fim o do açúcar da Madeira também teve o seu epílogo quando a exploração da cana transitou para o Brasil. No entanto novo ciclo se iniciava, o do vinho.

Na ilha ficou a arte que o dinheiro comprou, o desenvolvimento que despoletou  e que colocou este Atlântico arquipélago na ambígua posição de “um reino dentro do reino”.

Shsh Shsh Vuii Slash, e alheio ao passar do tempo, essa dimensão de leitura tão subjectiva, o Tejo hoje como ontem continua a efabular vontades e a permitir sonhos para os que com o impulso do desejo nunca aceitam um não como resposta.

 

Museu Nacional de Arte Antiga

de 16-11-2017 a 18-03-2018

As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco
As Ilhas do Ouro Branco