Acontece em Lisboa
Não Kahlo

O coelho anda aflito e atarefado a procura da toca que o transportará de volta ao seu mundo, para alguns mágico; Olha para o relógio corre depressa, depressa está atrasado. Frida a artista mexicana cai do gigante vestido e fica em tamanho reduzido tal como Alice ao beber a poção que a permite vaguear através das várias portas secretas. Na sala de aula pede-se a todos para escreverem o que lhes vai na cabeça, sem pensamentos conscientes, não importa o sentido, a argamassa que une as ideias irá surgir, estuda-se André Breton o percursor da vanguardista escrita automática.

Exacto esse mesmo Breton que se interessou pelos autorretratos e pinturas com elementos pré-colombianos da mexicana Kahlo a ponto de promover a sua primeira exposição a solo em “Julien Levy Gallery” em Nova Iorque no ano de 1938, um sucesso.

Não Kahlo percebe que sofreu múltiplas fracturas, que teve abortos que… e o coelho aparece apressado; talvez se tenha perdido.

Não Kahlo roubou as rosas de Santa Isabel para adornar os cabelos de Frida, arrancou o bigode de Dali e comeu a orelha direita de Van Gogh.

Não Kahlo é a acção de se desdobrar em infinitas mulheres mas é também cor, energia e um elevado sentido estético; Não é por acaso que faz parte das festas de Lisboa.

Não Kahlo é amante, é inconformada é….um desafio as convenções estabelecidas e um espetáculo intemporal.

Centro Cultural de Cascais

Casa do Coreto – Carnide

Aguarelas