O mundo moderno naufraga em oceanos de imagens, belas umas, difíceis de entender outras, são, no entanto, as que nascem do fruto do respeito, da dedicação e de trabalhos aturados de narrativa fotográfica as que normalmente se distinguem das demais.

A exposição agora patente no Museu Coleção Berardo do fotógrafo Lu Nan é disso um grande exemplo, cada uma das imagens pode impor-se como a predominante e na verdade é-o enquanto objecto de atenção. A sua força não advém dos episódios fotografados mas sim das pessoas e do que se lê no seu íntimo. O que impressiona, e bastante é o abrir de portas que nos conduzem a nossa própria visão da vida.

A selecção das imagens integram uma trilogia temática, entre os anos 1989 e 2004.

-Quatro estações (1996 – 2004), a vida quotidiana no Tibete, bem enraizada no ciclo das quatro estações e a sua forte ligação ao trabalho rural.

– Na estrada  (1992 – 1996), a vida das comunidades católicas nas zonas agrícolas e recônditas da China. As imagens levam-nos a entrar nos espaços e a partilhar emoções porque mais do que a realidade que os olhos veem sente-se a força da crença e da esperança bem enraizada no mais sagrado de cada um.

– O povo esquecido (1989 – 1990), muitas são as avenidas que se prolongam em estados de escuridão como acontece com os seres pertencentes a estratos sociais mais desfavorecidos e cuja existência se desenrola em hospitais psiquiátricos. Os olhares vítreos e distantes fazem-nos crer em infinitas janelas para as quais já nem força há para olhar.

A Arte é a escada que nos transporta ao espiritual, a nossa elevação que nos faculta a transcendencia e nos aproxima como seres na evolução. Pois não foram as civilizações onde a arte floresceu as que deixaram para sempre a sua marca na História?

O que se propõe na exposição de Lu Nan é uma viagem inesquecível ao mundo da arte.

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