Há mais de quatrocentos anos, mercadores portugueses levaram as primeiras goiabas para a Tailândia. Entre muitas outras hipóteses, essa é uma das origens prováveis de chamar-se farang aos estrangeiros brancos. Em tailandês, goiaba diz-se farang.”. O festival Thai abriu as suas portas em Belém no último fim de semana de Junho de 2019. Tendas gastronómicas aliciavam os visitantes para os pratos típicos da Tailândia e no recinto as mesas partilhadas por conversas várias acompanhadas com sortidos de cores e sabores eram um convite ao simples prazer de estar e degustar. Filas formavam-se para o famoso chá Thai e desfaziam-se em exclamações de apreço.

“As árvores que tinham um pano atado ao tronco estavam habitadas por um espírito e não podiam ser cortadas.” Espalhados pelo chão pufs , penduradas em arvores tiras de pano azuis, vermelhas, brancas, verdes com o elefante de Sião. O apelo descanso era irresistível.

“Em 2016, a Tailândia recebeu 32588303 turistas estrangeiros – trinta e dois milhões, quinhentos e oitenta e oito mil trezentos e três.” . Mundialmente conhecidas as massagens Tailandesas são uma fonte de atração turística. Numa das maiores tendas do festival, as listas de tratamentos penduradas indicavam os preços não só dos artigos como das massagens. Clientes e interessados não faltavam.

“No budismo tailandês a ideia de Karma deu origem à ideia de fazer mérito. A ideia de fazer mérito deu origem à libertação de pássaros. A libertação de pássaros gera positividade que, mais tarde, regressará ao seu autor”.- De estética cuidada e exótica em terras Lusas tanto a nível de indumentária como de coreografia e graciosidade de movimentos, as danças causam sempre deslumbramento a plateias que descobrem ou reforçam a ideia do valor inestimável da diversidade.

“A ideia de que já não existem lugares por explorar é absurda. A ideia de que está tudo visto é um insulto ao mundo.” No palco o museu do oriente oferecia histórias para um publico infantil, e atraia também muitos adultos. Cada conto um mundo novo a descobrir, diferentes tradições diferentes costumes e muitas narrativas vividas de forma individual. Explorava-se em imaginação histórias que quando um dia misturadas com os sentidos físicos dos locais descritos permitiriam viagens renovadas

“Comprei um amuleto no templo Wat Pra Tong, enquanto esperava que chegassem os monges a cavalo para receberem oferendas. É uma cápsula de vidro com uma pequena porção de pelo de tigre. Havia cápsulas semelhantes, com despojos de outros animais e pedaços de casca de certas arvores. Cada um desses amuletos prometia benefícios específicos ao seu portador. Desde então que o trago ao pescoço. Estou a usá-lo neste momento.” Um dos pontos altos do programa era a presença do escritor José Luis Peixoto. Falou das suas viagens e acima de tudo à Tailândia, explicou o que sentiu o que explorou e a importância que elas tiveram no seu enriquecimento pessoal. Perguntaram-lhe pelo amuleto. Mostrou-o embora soubesse que o seu poder protector real não é total.

Os parágrafos deste artigo começam com pequenos excertos de “O Caminho Imperfeito“ de José Luis Peixoto. Sobre este autor disse Luis Sepúlveda.
«A escrita de Peixoto é, ao mesmo tempo, fresca, ágil e envolvente, contendo toda uma herança literária universal. Estamos perante um escritor maduro. Um admirável escritor português.».
“Caminho Imperfeito” é um convite a uma leitura aliciante com pinceladas pitorescas de um viajante a procura da essência da Tailândia.

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