O museu de São Roque está, e já aqui fizemos referência, com uma programação cultural imperdível. A pretexto das comemorações dos 400 anos do ciclo das pinturas barrocas existentes na Sacristia da Igreja de São Roque sobre a Vida e Lenda de São Francisco Xavier, de André Reinoso, o museu propõe uma viagem ao Oriente seguindo tanto quanto possível os passos daquele que foi considerado o Apóstolo do Oriente e que foi o co-fundador da Companhia de Jesus. A sua beatificação a 21 de outubro de 1619, concedida pelo papa Paulo V depois de uma vida difícil dedicada a divulgação da sua fé com muita abnegação e compaixão pelos mais desfavorecidos, consagrou a sua enorme dimensão espiritual e humana.
Prestando homenagem ao homem, Jesuíta, que viajou mais de 100 mil Km durante perto de 12 anos o museu de São Roque dedica, desde Junho de 2019, um mês a uma das regiões que Francisco conheceu, Outubro é dedicado a Indonésia.
O sábado dia 19, foi pleno de actividades alusivas a essa terra distante no mapa mas que a sensibilidade e conhecimento de todos os envolvidos nesta fabulosa programação conseguiram trazer para Lisboa contribuindo para fazer desta uma capital importante em qualquer roteiro cultural. Da parte da manhã ,enquanto no largo as marionetas de Hanoi dançavam ao som da música tradicional do Vietname, nos claustros o workshop sobre Batik seduziu todos os que nele participaram.
Reconhecido como património da humanidade pela Unesco o Batik da Indonesia expressa a criatividade e a espiritualidade do povo. A cera que delimita os contornos do desenho serve como base para a posterior colocação das tintas que podem ter várias camadas. Quando se retira da cera com água quente a beleza desenho revela-se através dos diversos motivos muitos deles fruto de diversas influências. Os seus padrões são tão apelativos que estão cada vez mais a ser solicitados pela industria da moda.
Após uma esclarecedora explicação do processo todos lançaram mãos a obra e com tanto afinco que raros foram os trabalhos que ficaram incompletos.
