Acontece em Lisboa
Tudo se Desmorona

Documenta-se com fotografia as fotografias que documentam a História.

Bem se poderá dizer que por detrás das grandes batalhas está a ganância e a necessidade primária de fazer prevalecer vontades, estando cada um convicto de conhecer a verdadeira. Sem grandes ensaios sobre o tema rapidamente se deduz que esta verdade não se aplica só nas grandes batalhas como também nos pequenos nadas do dia a dia.

Neste cenário o ódio encontra alimento para crescer e tornar-se omnipresente obrigando a fraternidade, o amor ao próximo e o respeito pelo meio ambiente que nos acolhe a sorrateiramente sair de cena e abrigar-se numa qualquer gruta obscura.

Mas voltemos ao que nos traz aqui a Grande Guerra de 1914-18, Primeira Grande porque os Europeus sempre se consideraram o centro do mundo.

França e Inglaterra exploravam as muito requisitadas matérias primas das suas colónias e claro a Alemanha e Itália não estavam satisfeitas, criaram-se alianças político militares, a Tríplice Aliança (Itália, Império-Austro-Húngaro, Alemanha) e a Tríplice Entente (França, Rússia, Reino Unido) , o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império Austro-Húngaro durante a visita a Saravejo foi o pretexto para extravasar o clima bélico que progredia através das fronteiras .

Marcharam para a guerra, soldados muitos, em nome de patriotismos, seguramente gritando frases para empolar a moral, mas uma vez chegados ao local eram amontoados em trincheiras, numa tão hedionda forma de vida e ainda mais execrável forma de morte que ficaram para a história com o epíteto de “Carne para Canhão”.

E foram tantos os estropiados e os mortos, tantas as vidas privadas decepadas que a carta ao soldado irmão, visível na parede da exposição, reveste-se de um clamor pueril numa tentativa ingénua de amolecer instintos espicaçados por questões de honra.

Intelectuais dividiram-se no apoio a presença portuguesa no conflito, Almada por exemplo acreditava na função regeneradora da guerra.

Fátima surge neste contexto como fervoroso auxílio a um povo massacrado, uma esperança e um grito profundo de clemência, que tardou a ser ouvido

Tudo levaria a crer que com tanta angustia, tanta destruição o humano reconsiderasse, mas endureceu posições e em nome de uns terem mais direitos do que outros, eis que surgiu das trevas a inenarrável Segunda Grande Guerra que nada mais foi do que um prolongamento da Primeira.

Finda esta não se pode dizer que a Guerra tenha sido erradicada pois vive no coração de muitos como atestam os massacres, os desrespeitos diários para não falar da falta de princípios que nos permitem viver em sociedade.

Há como que um esboroar dos pensamentos, esses alicerces que nos elevaram no seio do reino animal como seres racionais com capacidade para antever os perigos e compreender os fenómenos que nos cercam, mas isso já são outras histórias.

A exposição “Tudo se Desmorona- Impactos Culturais da Grande Guerra em Portugal” não vive só de fotografia, mas de valiosos testemunhos escritos, jornais, publicações, filmes, mapas cronológicos, espolio este que se apresenta dividido em 6 núcleos:

1. – Guerra Cultural e Mobilização Cívica, 2. – 1917, Ano Crítico, 3 – Visões Artísticas, 4.- Cuidar dos Vivos, 5 – Antagonismos e Mudanças Sociais, 6 – A Disputa pela Memória

Importa aqui mencionar que a exposição em destaque pode ser visitada na Fundação que é uma das maiores instituições da cultura em Portugal e um garante sublime de qualidade, a Fundação Calouste Gulbenkian

 

Fundação Calouste Gulbenkian

Edifício Sede – Galeria do Piso Inferior

de  30-06-2017   a 4-09-2017

Grande Guerra
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