Acontece em Lisboa
Da Fotografia ao Azulejo

Iluminada por uma luz quente e forte, Excalibur destaca-se na paisagem onde o cheiro a maresia é uma constante. Contornemos esta evocação aos grandes da expansão marítima e sigamos em linha recta pelo trilho do ciclista. Deparamo-nos com um par de vacas de cores ocres vibrantes e aspecto algo cénico que logo nos transportam a achados arqueológicos nos desertos africanos. Na verdade a apreciação não é de todo descabida pois pertencem ao Museu de Arte Popular que está vinculado ao Museu Nacional de Etnologia.

Dorsos com corações e nomes dos amados a branco marcam de forma visível e com força de quem quer no momento tornar eterno os momentos sabe-se lá com que promessas sussurradas, ferem a monocromia e nem mesmo as intempéries ou o desgaste provocado pelos caçadores de recordações de viagens conseguem esmorecer o que com tanto empenho foi riscado.

Descansemos agora um pouco olhando para o azul sempre enigmático do Tejo e depois continuemos para o que nos coube aqui em sorte destacar.

Perto da estrada mesmo em frente reconhecem aquele bloco quase maciço de pedra meia rósea, meia creme? É o CCB, mas não, não é preciso sequer por o pé no asfalto, o museu está mesmo ao nosso lado e tem à porta largos painéis a publicitar a exposição “Da Fotografia ao Azulejo” que se pode visitar no seu interior.

É para lá que vamos

Fechado parcialmente durante cinco anos, este espaço que nasceu da reformulação do antigo pavilhão da “Secção da Vida Popular” criado para a exposição do Mundo Português (1940) em pleno Estado Novo, tem na zona da recepção, mesmo a entrada, monumentais painéis que só por si já merecem uma visita.

Pago o bilhete entramos na primeira sala onde se veem fotografias e azulejos.

Interessa perceber o que é o azulejo mas vamos condensar um pouco a história para não fustigar o leitor com exaustiva descrição.

O azulejo já era conhecido no Antigo Egito e Mesopotâmia alastrando-se depois ao norte de África e à Europa Mediterrânica pelas mãos dos árabes, donde deriva o nome, cuja origem será “al Zulaco” (pequena pedra polida). Verdade seja dita sempre que ouvimos a palavra azulejo associamo-la a peça de cerâmica de pouca espessura, normalmente com uma das faces vidradas devido a cozedura de um esmalte que o torna impermeável e brilhante.

Versátil e de baixo custo não admira que a arquitectura dele se apoderasse para ornamentar paredes de palácios e de igrejas conferindo-lhes brilho e opulência.

Embora fossem as classes dirigentes as primeiras a demonstrar interesse, este vai despertar com o tempo a atenção da burguesia mais abastada que o utiliza nas suas quintas e palácios

E se no século XIX ganha mais visibilidade é em pleno século XX que se democratiza entrando na estética dos caminhos de ferro e do metropolitano.

Estamos portanto agora em condições de iniciar a nossa visita, pedindo desculpa por a introdução ter demorado mais do inicialmente estava previsto.

Fotos de estações de caminhos de ferro com paredes resplandecentes forradas a azulejos com cenas campestres e pré-industrias acolhem o visitante; nas vitrines destaca-se o material utilizado na pintura do desenho.

E são verdadeiros artistas os que utilizam este meio, pois as tonalidades e matizes tão importantes a definição do volume das paisagens só é desvendado após a cozedura.

Nas restantes salas, e lado a lado, as fotografias, revistas, postais e os azulejos que deles se serviram para inspiração.

A saída perto do jardim relvado tendo como irregularidades pequenos montículos, muitos, que mais parece uma paisagem de teletubbies, uma jovem senta-se, inspira, relaxa e movimenta o corpo em posições de Yoga. Aceitemos esta intervenção como uma ponte entre o mundo das fotografias e dos azulejos e o mundo que vamos enfrentar cá fora.

 

Museu de Arte Popular

de 15-12-2016 a 01-10-2017

Da Fotografia ao Azulejo
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