Máscaras invadem o primeiro espaço, reflectem-se na parede, duplicam-se. No meio delas, projectadas pelo enorme espelho, as caras reais dos visitantes misturam-se com o todo, num jocoso convite cénico entre o real e o imaginário.
A preto e branco na parede oposta o filme passa repetindo o mesmo cortejo e sempre, sempre com o mesmo turbilhão sonoro. Sincopado ecoa por todo o espaço. No tecto chapéus de chuva pretos pendurados a maneira de Mary Poppins esperam placidamente que as personagens festivaleiras que os tem como adereço os venham reclamar.
A sala seguinte é uma explosão de cor laranja pontuada por inúmeras máscaras que tem neste lugar expositivo uma nova existência bem distante do colorido e da confusão que protagonizam nas cerimónias e festivais religiosos.
Usadas desde tempos pré-colombianos expressam muitas vezes a incarnação de divindades e movimentam-se em episódios beligerantes e rituais e tanto podem tomar a forma de tigres, diabos, sereias, serpentes, tritões, morcegos como também formas mais humanas personificadas em espanhóis, africanos e mouros.
Mas o México deu-lhes vida para além do tradicional e são nos tempos actuais parte integrante de protestos públicos e luta livre.
As perto de 300 peças, muitas pertencentes a colecionadores privados, do séc XIX a actualidade contam a história da miscigenação e conflitos nas relações entre os invasores impérios europeus e os nativos povos Incas, Maias e Aztecas.
Na penumbra do pequeno balcão da recepção, bem ao canto da sala de entrada um jovem agradece a visita e não é de estranhar a visível satisfação estampada nos rostos dos visitantes quando saiem para o efusivo verde do jardim.

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