O primeiro impacto ao entrar no Laboratório Chimico da Rua da Escola Politécnica é o de viajar no tempo; ninguém fica indiferente a esta jóia de beleza oitocentista que faz parte do nosso património científico e histórico.
August W.Hofmann, (1818-1892) responsável pela construção dos laboratórios das universidades de Berlim e de Bona disse na altura sobre este laboratório:
“Je ne puis pas quitter Lisbonne sans vous témoigner ma reconnaissance pour l’accueil aimable que je dois à vous et à M. Lourenço. Il m’est à la fois un plaisir et un devoir de vous dire l’impression qui a produit sur moi la visite à l’École Polytechnique de Portugal. J’ai été étonné de trouver un établissement scientifique de premier ordre, dont tout pays aurait droit d’être fier…”
Nas vitrinas termómetros, pipetas, tubos de ensaio, decantadores, frascos de reagentes e hottes revestidas a azulejos vidrados indicam a finalidade prática deste laboratório vocacionado para o ensino.
Fazendo parte do mesmo conjunto o anfiteatro, de acesso a partir do laboratório, era o local onde o professor dava as lições teóricas.
Nele se vê um quadro preto movível sobre carris e uma grande bancada em U no centro do hemiciclo, revestida a pedra de lava esmaltada, que servia de apoio as demonstrações que fossem realizadas durante o curso de química.
Lavoisier, considerado o pai da química moderna, dizia no seu principio da conservação da matéria:
Na natureza nada se cria nada se perde tudo se transforma.
Na quinta do Monte Olivete, situada no então chamado sitio da Cotovia, foi edificada a Casa de Provação da Companhia de Jesus, por doação do  proprietário do local Fernão Telles de Menezes com finalidade expressa de formar noviços para as missões na Índia, China e Japão.
Com a expulsão do Jesuítas em 1759 , foi criado neste local, em 1761, o Real Colégio dos Nobres para  preparar os jovens provenientes de famílias aristocráticas facultando-lhes a formação necessária para poder ingressar na Universidade de Coimbra.
No turbulento início do seculo XIX, Portugal assiste as invasões francesas e a fuga do Corte para o Brasil, a estes episódios já de si fracturantes  acresceu o desinteresse dos jovens fidalgos ditando assim fim do ensino científico no Colégio (corria o ano 1772) .
O Colégio do Nobres foi extinto a 4 de Janeiro de 1837 e em 11 de Janeiro de 1837, após vicissitudes várias, nascia uma nova instituição pedagógica.
A Escola Politécnica de Lisboa na qual se criou o laboratório Chimico em destaque
Tido como possivelmente o único sobrevivente dos grandes laboratórios de ensino e de investigação das universidades europeias faz, no sec XXI, as delícias de quem o visita.

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