Nagasaqui meados do Século XVI, os japoneses viram aparecer no horizonte a grande caravela preta, conhecida como a nau do trato ou Kurofune , assim denominada por ter o casco pintado de preto com pez para a calafetagem. Dela saíram povos estranhos os chamados NanBan Jin, que mais não eram que marinheiros portugueses.
“Os pregadores levam o Evangelho e os mercadores levam os pregadores”, escreveu Padre António Vieira na “Historia do Futuro”,
Estas naus transportavam gentes do comércio lado a lado com missionários Jesuítas que cedo perceberam estar perante uma cultura instruída e requintada com conhecimento da leitura e da escrita, a tal ponto que se misturaram com os nativos aprendendo mesmo a língua japonesa para melhor divulgar a sua doutrina.
E esta elegância de uma civilização longínqua e desconhecida transpôs fronteiras e percorreu séculos. Hoje muitos são os que nutrem uma profunda admiração pela cultura do sol nascente.
Não é de admirar, portanto, que o Parque das Nações atraísse uma pequena multidão no dia 25 de Junho . A delicadeza dos arranjos de Ikebana, onde existe o cuidado da vivificação da flor, conviveu lado a lado com a explosão de fantasia anime, onde personagens de banda desenhada saem do papel e tomam vida, sendo a  base do movimento Cosplay, abreviatura de Costume Play.
A demonstração do ritual que acompanha o vestir de um quimono foi um dos pontos altos da tarde.
Juntaram-se a esta celebração os famosos tambores Japoneses, os sons da flauta, as artes marciais, as Danças Japonesas e o lançamento das flutuantes lanternas iluminadas de papel nas calmas aguas do pequeno lago.
E foi com uma explosão de cor e alegria que Lisboa celebrou a sua Festa do Japão 2017.

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