A cidade toda se engalanava e vestia os seu fatos mais vistosos, para receber uma das mais importantes e participadas Procissões católicas com raízes medievais.

D.Joao V usou-a como propaganda regia e exibição do seu poder tal era a ostentação do seu reinado, a ponto de estrangeiros verem nela uma das mais exuberantes de toda a Cristandade, era mesmo considerada a Procissão das Procissões

As janelas ornadas de ricos e coloridos tapetes, muitos de inspiração religiosa transmitiam um ambiente de fausto que perdurava nas memórias de todos quantos nela participavam. Nada era deixado ao acaso a disposição e a ordem com que desfilavam as irmandades estava perfeitamente definida. Destaque feito a imagem de São Jorge que aparecia no inicio do cortejo, terminando este com o pálio processional transportado pelo rei e príncipes.

Solene e magnífica no tempo do rei Magnânimo este não escondeu pretender fazer dela um espelho da organização do seu reino,

Mas nem sempre foi assim, no tempo de D.João I era muito mais aberta incorporando árabes, judeus e negros que folgavam com as suas danças típicas, e foi D.Joao I quem dinamizou a devoção a São Jorge transformando-o num Santo Popular e símbolo da fundação da Dinastia dos Descobrimentos, juntando a sua festa a procissão do Corpus Christi. Não se pode esquecer que na altura os tempos, eram de afirmação de autonomia face a Castela após a vitoria de Aljubarrota e de influência cultural Britânica por ser esta a nacionalidade da rainha Filipa.

A longa vitrine onde se expos as perto de 1587 peças feitas pela mão de Diamantino Tojal, ocupava em comprimento a quase totalidade da Sala do Capitulo do Convento da Graça. Eram figuras simples que quase pareciam saídas de presépios em época de Natal. Documentavam a procissão na sua época austera bem diferente do seu passado mais longínquo cujo cariz quase parecia carnavalesco.

O fotografo tentou divulgar este manancial de imaginário popular, numa descrição a roçar o pueril. No meio dos reflexos e das linhas de fuga,pequenas velas alinhadas e vestes de várias tonalidades criavam um espectaculo visual que atraiu a atenção não só da lente como também dos visitantes que por lá passavam, na sua maioria turistas.

-Corpus Christi, o que é? perguntava um petiz, a mãe não sabia bem a historia das visões da freira Juliana de Cornillon em que Cristo teria desejo celebrizar o mistério da Eucaristia, tal informação tinha-se perdido nas gavetas da memória colectiva.

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