Despida, apenas com uma estrutura de madeira tubular ao centro, a sala emanava um convite irresistível aos mais curiosos. Tal como uma teia bem elaborada quem lá entrava ficava cativo das propostas alternativas de subsistência não descuráveis num mundo em que a bolha das civilizações consideradas mais avançadas começa a levantar muitas reticências quanto a viabilidade da sua continuidade sem recorrer a ajustes profundos.
Se nas culturas mais ancestrais se manteve o elo de respeito e interligação com o meio ambiente dele retirando apenas os recursos necessários sem desperdícios consideráveis e sem massificação de consumos despropositados e onde o equilíbrio entre os vários estados da matéria é uma palavra de ordem já o mesmo não se pode aplicar as populações que no seu distanciamento a quase tudo quebraram harmonias vitais desconhecendo as consequências nefastas a longo termo de tais posturas e decisões.
É um dado adquirido que o mundo vive tempos conturbados razão pela qual a sugestão de Tamás Kaszás surgiu com uma contemporaneidade significativa, porque quando vacilam recursos não se deve olhar de forma despiciente para as ideias arrojadas.
Fazendo apelo a desenhos, fotografias, vídeos, textos e objectos Tamás utilizou matérias simples e de baixo custo para sustentar o seu conceito de uma vivência mais despojada emancipando-a para estatutos de uma felicidade naturalmente simples que para muitos ainda é utópica.
Nem tudo será para seguir Avant la Lettre mas o apontar do dedo a soluções mais ou menos viáveis atrai atenções, promove conversas e acima de tudo sensibiliza opiniões que podem ajudar numa nova cultura de respeito e a certeza de que a sobrevivência e a alegria não são palavras ocas de sentido.
Pode parecer um lugar comum mas ao não delapidar e cuidar atentamente os sistemas que nos facultam a vida na terra estamos em primeira instância a cuidar do nosso próprio futuro

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